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Índice
Qual a importância dos cuidados paliativos para o gato?
Preparar o tutor para a possível perda
Qual o momento certo para falar sobre a eutanásia do seu gato?
Quais as questões que influenciam a decisão sobre a eutanásia no gato?
A análise da qualidade de vida do gato
A reflexão sobre os princípios
Abordar o tema da eutanásia nos gatos nunca é fácil. Mas quando se esgotam as opções de tratamento e de manutenção da qualidade de vida e os cuidados paliativos já não conseguem aliviar a dor e o sofrimento, dizer adeus pode revelar-se um ato de amor.
Os nossos animais de estimação vivem cada vez mais graças aos avanços da medicina e à maior sensibilidade dos tutores para a importância dos cuidados de saúde e bem-estar animal.
A maior longevidade dos animais de estimação possibilita a construção de uma relação de afeto cada vez mais forte com os tutores. Eles são membros da nossa família, são parte de nós. E dizer adeus é muito duro.
Mas falar sobre a despedida ajuda a ponderar sobre soluções que reduzam ao máximo o sofrimento dos nossos animais de estimação e é sobre isso que vamos refletir neste artigo: Cuidados Paliativos e Eutanásia.
Ao ler este artigo, ficará a saber mais sobre:
A importância dos cuidados paliativos;
O momento certo para falar sobre a eutanásia do seu gato;
As questões que influenciam a decisão sobre a eutanásia;
O local indicado para eutanasiar o gato;
Como lidar com a perda após a eutanásia do gato.
Quando o nosso gato fica doente, procuramos apoio especializado. O médico veterinário observa o nosso animal de estimação, faz exames, define o tratamento e prescreve medidas terapêuticas. Nós seguimos à risca os conselhos de tratamento e esperamos que tudo corra pelo melhor.
Mas, e quando não é assim?
Receber a notícia de uma doença grave sem perspetiva de cura, é um “murro no estômago” do tutor que ama o seu amigo, preocupa-se com ele e quer apenas o seu bem-estar.
Nestes casos, o tutor vai precisar de apoio e aconselhamento sobre a nova condição clínica. Irá precisar também de conselhos e orientações para cuidar do seu gato para providenciar-lhe o conforto necessário para garantir qualidade de vida e continuar a sentir-se amado e feliz.
Os cuidados paliativos nos gatos têm como objetivo proporcionar bem-estar perante uma doença incurável e terminal, como é o caso, por exemplo, das neoplasias malignas, como os linfomas intestinais.
Através dos cuidados paliativos, o médico veterinário e uma equipa multidisciplinar vão ajudar o tutor e o seu gato a conviverem com a condição clínica com recurso a medidas que procuram garantir as melhores condições de bem-estar para o animal de estimação.
A importância dos cuidados paliativos destaca-se por:
Este é sem dúvida o principal objetivo. Aplicar um conjunto de cuidados que reduzam a dor, como medicação analgésica, técnicas de acupuntura ou terapias de reabilitação veterinária.
Assim como cuidados diários e algumas técnicas que podem ser transmitidas pelos profissionais de saúde para que o tutor aplique. São exemplos disso a adequação do espaço à possível diminuição de mobilidade, conselhos para ajudar o gato a comer melhor e, claro, afeto para que o animal de estimação se sinta confortado.
A dedicação do tutor é muito importante neste momento, mas ele também precisa de apoio.
O veterinário poderá esclarecer um conjunto de questões relacionadas com este momento e esclarecer as dúvidas dos tutores, ajudando a encontrar a melhor forma de viver este momento.
Poderá também ajudar o tutor a planear todos os cuidados necessários ao seu gato.
O acompanhamento regular permite definir se na balança da qualidade de vida, a dor está a pesar mais que o bem-estar.
É muito importante ter consciência do desconforto que o animal sente e se é possível melhorar a sua qualidade de vida.
Na medicina veterinária, é possível travar o sofrimento e angústia de um animal com recurso à eutanásia.
Para o tutor pode ser muito difícil saber quando é chegada a hora de tomar essa decisão, mas com a ajuda do médico veterinário será mais fácil perceber se é o momento de ponderar sobre a despedida.
A palavra eutanásia é derivada de duas palavras gregas que juntas significam “Boa Morte”. Num relatório publicado em 2001, a Associação Médico Veterinária Americana fez o seguinte alerta sobre a eutanásia em gatos e outros animais: “É nossa responsabilidade como veterinários e seres humanos garantir que, se a vida de um animal for tirada, isso seja feito com o mais alto grau de respeito e com ênfase em tornar a morte o mais indolor e livre de sofrimento possível”.
Regra geral, falamos em eutanásia quando o sofrimento faz parte do dia a dia dos animais e já esgotamos todas as possibilidades de tratamento ou terapêuticas que atuem de forma eficaz para minimizar a dor.
Quando o nosso gato já não é capaz de fazer o que gostava e não consegue dar as respostas habituais, quando os dias maus são mais que os dias bons e a dor é uma constante, com uma fatura emocional elevada, é chegada a hora de refletir sobre este assunto.
Ao acompanhar o estado clínico do gato, o médico veterinário irá perceber a deterioração do seu estado de saúde e alertar o tutor para as consequências desta situação na qualidade de vida do seu animal de estimação.
A eutanásia num gato é uma questão delicada, com uma carga emocional bastante elevada, sendo por isso muito difícil para o tutor tomar uma decisão sobre o fim de vida do seu animal de estimação.
No entanto, por mais que custe é fundamental iniciar o processo de consciencialização. Falar sobre o assunto, abordando-o no seio familiar e questionando junto dos profissionais de saúde se a eutanásia do seu gato faz sentido, ajuda a clarear os pensamentos e contribui para uma tomada de decisão mais consciente.
É fundamental que as pessoas que mais convivem com o animal tenham tempo para processar a informação, daí a importância de abordar o tema junto da família.
Caso existam crianças em casa, inclua-as também. Os mais pequenos criam fortes laços de afeto com os animais de estimação e excluí-los deste processo apenas irá prolongar a sua dor e deixá-los confusos. Fale de forma aberta, mas adaptada à linguagem dos mais novos. As crianças gostam de respostas simples e sinceras e se forem preparadas, conseguem aceitar a morte de um animal de estimação.
Existem diferentes questões que se colocam e que influenciam a decisão sobre a eutanásia do seu gato. Entre as mais recorrentes, destacamos a avaliação que o tutor faz de si mesmo, a análise da qualidade de vida do animal e a reflexão sobre os princípios de cada um.
Uma das principais questões que os tutores colocam durante o processo de eutanásia no gato é: será que fiz tudo o que podia pelo meu animal de estimação?
Para ter resposta a esta questão é essencial falar com o médico veterinário de uma forma aberta e confiar na sua experiência. Desta forma, será mais fácil sentir segurança antes de tomar uma decisão.
O tutor deverá ter sempre em conta o dia a dia do seu gato, o declínio das suas capacidades e a perda da sua qualidade de vida.
Existem algumas questões que podem ser observadas e que ajudam a medir a qualidade de vida do seu gato. São elas:
O seu gato está a comer?
Em muitos casos, a perda de apetite, bem como a dificuldade em comer são fatores que
contribuem para o declínio da qualidade de vida de um animal de estimação.
O seu gato responde aos estímulos?
A falta de resposta aos estímulos indica, em muitos casos, a perda de capacidades do animal que já não consegue ter os comportamentos habituais.
O seu gato chora, geme ou bufa sem motivo aparente?
Estes são alguns dos sinais que o seu gato pode manifestar em situações de dor ou sofrimento.
O seu gato continua a descansar nos locais habituais ou mudou-se para novos lugares?
Por vezes, o desconforto faz com que os gatos procurem novos lugares para estarem e descansarem, acreditando que ao mudar de lugar, poderão minimizar a dor e o desconforto que sentem.
O seu gato utiliza a caixa de areia de forma normal?
Caso o seu gato esteja a sujar o local onde dorme ou outros cantos da casa, estes podem ser indícios de profundo desconforto.
Os dias maus são em maior número que os dias bons?
Quando os dias de sofrimento são uma constante, a qualidade de vida do seu gato pode estar comprometida.
Todas estas questões devem ser partilhadas ao médico veterinário que poderá avaliar consigo se estes comportamentos constituem sinais indicativos de que chegou a hora de falar de uma forma mais aberta sobre a eutanásia do seu gato.
Outras das questões que influenciam a decisão de eutanasiar um gato passam pelos princípios que cada um defende e que incluem as crenças espirituais ou valores éticos e morais pelos quais nos regemos. Tudo isto vai influenciar de uma forma muito forte a aceitação da eutanásia de um gato como um ato clínico ou não.
A eutanásia do gato ou de outro animal de estimação pode ser realizada tanto em casa quanto na clínica veterinária. Caberá ao tutor e à sua família tomarem essa decisão, com o aconselhamento do médico veterinário.
O ambiente familiar é, em muitos casos, o local mais indicado. Sentir o carinho do tutor e da família no ambiente que lhe é familiar, vai permitir que o seu animal de estimação tenha uma partida mais calma, tranquila e serena.
O médico veterinário sabe que este é um momento difícil e que cada tutor terá a sua forma de lidar com a situação. É importante poder contar com profissionais que o apoiem neste momento.
Refletir sobre este momento ajuda a trazer uma maior clareza de pensamento
Para o tutor, a perda do seu gato é uma situação de angústia e de profunda tristeza. Sentimentos naturais quando se trata de uma relação de amizade e partilha de amor.
Por isso, pode ser importante para o tutor refletir sobre a despedida para que seja menos doloroso lidar com a perda.
Cada tutor lida de uma forma única com a sua perda. Há quem crie um memorial, através de uma placa ou árvore no jardim. Há quem prefira guardar os momentos num álbum de fotografias e até quem faça doações para associações de proteção animal como forma de recordar o seu amigo.
Neste momento, após a eutanásia do seu gato, é fundamental também falar sobre a sua dor. Partilhar os seus sentimentos, vai ajudar a ultrapassar os dias menos bons.
Caso esteja a passar por este difícil momento de decisão, saiba que pode contar connosco. Os nossos médicos veterinários, além de partilharem a sua experiência e colocarem o seu conhecimento ao serviço da saúde do seu gato, estão sempre disponíveis para apoiar os tutores em todas as fases da vida do seu animal de estimação.
Estamos aqui para esclarecer as suas dúvidas sobre eutanásia em gatos, bem como cuidados paliativos e outras questões relacionadas com a saúde e bem-estar animal.
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