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Displasia da Anca nos Cães e outras doenças comuns que deve conhecer

Displasia da Anca nos Cães e outras doenças comuns que deve conhecer

Saber quais são as doenças comuns dos cães e ser capaz de identificar alguns dos seus sinais pode fazer a diferença na qualidade de vida do seu animal. Neste artigo, vamos falar sobre a displasia da anca nos cães e outras doenças comuns e a importância de recorrer a um médico veterinário para uma correta avaliação.

Ao confiar num profissional qualificado está a possibilitar um correto acompanhamento da saúde do seu animal de estimação, através de ações de prevenção, diagnósticos precoces e tratamentos adequados.

Veja as doenças comuns que iremos abordar:

  • Displasia da Anca;

  • Parvovirose;

  • Otite;

  • Leishmaniose;

  • Febre da Carraça.

Saiba o que é a Displasia da Anca nos Cães e quais as causas e sinais de alerta

A displasia da anca é uma doença progressiva, genética e hereditária. 

Um cão com displasia da anca nasce com as articulações normais, apesar do genótipo da doença se desenvolver muito rápido. A displasia é causada por uma má formação da articulação da anca, onde existe uma ligação deficitária entre a cabeça do fémur e o acetábulo – a cavidade da pélvis, onde a cabeça do fémur se articula, sendo esta articulação chamada de coxofemoral (anca).

As consultas de rotina revelam-se uma aliada na prevenção de algumas doenças

Compreenda as causas da Displasia da Anca nos Cães

As causas podem ter diferentes origens, veja:

  • Acetábulo subdesenvolvido;

  • Acetábulo e/ou cabeça do fémur mal orientados.

O excesso de alimentação, bem como fatores ambientais e excesso de exercício físico podem agravar o quadro sintomatológico dos animais portadores da doença.

A displasia da anca afeta, na sua maioria, cães de grande porte e, em grande parte dos casos, são afetados de forma bilateral.

Veja os sinais da Displasia da Anca nos Cães

A displasia da anca no cão deverá ser sempre diagnosticada pelo médico veterinário. No entanto, ao saber reconhecer os seus sinais, poderá agir em conformidade. Caso identifique os sinais descritos abaixo, leve o seu cão ao médico veterinário para uma correta avaliação.

Os sinais são:

  • Coxear;

  • Caminhada irregular;

  • Dificuldade em levantar-se e em subir escadas.

Entenda como é feito o diagnóstico da Displasia da Anca

Para o médico veterinário diagnosticar esta doença são aplicados vários métodos:

  • Verificação da existência de dor: tentativa de perceber se o animal tem dor, se existe crepitação articular, se os movimentos têm menor amplitude ou se existe atrofia muscular nos membros posteriores;

  • Testes físicos: com o objetivo de perceber qual é a localização do desconforto no cão;

  • Exames: Quando o médico localiza a lesão, são feitos alguns exames mais profundos para verificar o grau da lesão;

  • Radiografia: é o método aceite em todo o mundo para o diagnóstico e monitorização da doença, estando em investigação novas formas de diagnóstico que passam pela ultrassonografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética, entre outras. 

Conheça as formas de tratamento de um cão com Displasia da Anca

Dependendo da gravidade da doença e da idade do cão, existem duas formas de tratamento: terapêutica médica e cirúrgicas.

A terapêutica médica é direcionada para o controlo da dor e atraso na progressão da doença, através da administração de analgésicos, anti-inflamatórios e protetores articulares.

Nas formas de tratamento cirúrgicas, falamos de várias intervenções cirúrgicas, sendo uma delas a colocação de prótese total da anca.

Por ser uma doença hereditária, aconselha-se que os cães com displasia da anca evitem a reprodução.

Para além da displasia da anca, existem outras doenças comuns que afetam os cães. Saiba agora quais são, bem como as suas causas, sinais de alerta, formas de tratamento e/ou de prevenção.

Parvovirose

A Parvovirose é uma doença que se caracteriza pela infeção das células da medula óssea e intestinais, que leva à sua destruição. 

São muitas as doenças cuja melhor prevenção é a vacinação

O que causa a Parvovirose Canina?

Esta doença é provocada pelo Parvovírus Canino. Este vírus transmite-se através do contato com as fezes ou outras secreções de animais contaminados. A sua incidência é maior em cachorros não vacinados. 

Quais os possíveis sinais de alerta da Parvovirose?

Existem alguns sinais de alerta (gastrointestinais) para esta patologia, sendo eles:

  • Perda de apetite;

  • Vómito;

  • Diarreia;

  • Perda de peso.

Estes sinais apresentam-se sob a forma de uma grave gastroenterite. 

Como é feito o tratamento de um cão com Parvovirose?

Caso um cão já esteja infetado com Parvovirose, deverá ser de imediato isolado de outros animais e as superfícies que estejam contaminadas devem ser desinfetadas. Desta forma, evita-se a propagação do vírus.

Apesar de ser uma doença sem cura, por ser viral, o tratamento feito é sintomático e atua ao nível da gastroenterite. O objetivo passa por manter a hidratação e nutrição do animal, maneio da dor e da gastroenterite, permitindo que o organismo neutralize o vírus. São, por vezes, necessárias transfusões sanguíneas para reforçar o sistema imunitário.

Como prevenir a Parvovirose no cão?

A única forma de prevenção da Parvovirose é a vacinação do cão, no entanto, um animal que já tenha sido infetado, regra geral, fica imune à doença.

Otite Canina

A Otite Canina é uma inflamação (de forma geral externa) do pavilhão auricular e canal auditivo do cão.

O que causa a Otite no Cão?

A Otite nos Cães é outra doença comum que merece especial atenção. Esta doença pode ter duas origens:

  • Inflamação no ouvido saudável;

  • Através de bactérias e leveduras;

  • Alergias.

Quais os possíveis sinais de alerta da Otite Canina?

Existem alguns sinais aos quais deve ter atenção e que podem denunciar uma possível Otite no seu cão. Entre os sinais mais comuns da Otite Canina, destacamos:

  • Comichão nos ouvidos;

  • Abanar a cabeça;

  • Dor e inchaço no ouvido;

  • Escoriações na orelha;

  • Secreções (cera, pus);

  • Mau odor, vermelhidão ou pústulas nos ouvidos;

  • Prostração.

Como é feito o tratamento de um Cão com Otite?

O tratamento de um Cão com Otite irá sempre depender do que originou a doença. 

Sendo a causa mais comum, a inflamação externa, neste tipo de Otite, o tratamento é feito através da aplicação de algumas soluções nos ouvidos, conforme a indicação do médico veterinário.

Os exames regulares no médico veterinário contribuem para a prevenção da otite canina

Como prevenir a Otite do Cão?

É muito importante que os ouvidos se mantenham secos e limpos com soluções específicas. Se a doença for regular, deverão ser realizados exames auriculares de rotina,

As tosquias dos cães podem contribuir para evitar o aparecimento de Otites, em especial no caso dos animais que tenham um pelo mais longo na zona dos ouvidos.

Leishmaniose

A Leishmaniose é uma doença que afeta a medula óssea, gânglios linfáticos, baço, fígado e pele.

O que causa a Leishmaniose?

Esta doença é provocada pelo parasita Leishmania Infantum. Este protozoário também pode afetar o ser humano, uma vez que se trata de uma doença zoonótica, transmitida através da picada de um inseto, o flebótomo.

Quais os possíveis sinais de alerta da Leishmaniose?

Se o seu cão estiver infetado, os sinais predominantes da doença são:

  • Feridas de difícil cicatrização, em especial em zonas de pele fina como a ponta das orelhas e/ou do nariz;

  • Perda de peso;

  • Linfonodos aumentados;

  • Crescimento exagerado das unhas;

  • Descamação cutânea e mau estado do pelo.

Como é feito o tratamento da Leishmaniose?

A Leishmaniose é uma doença crónica e incurável. Os tratamentos visam, sobretudo, a melhoria dos sinais clínicos e o atraso na evolução da doença. 

Desta forma, o objetivo é a redução da presença do parasita, bem como o tratamento dos órgãos afetados e a melhoria do sistema imunitário.

Como prevenir a Leishmaniose?

Existem várias formas de proteção contra a doença. Como nenhuma delas é 100% eficaz, é importante conversar com o seu médico veterinário para elaborar um plano de profilaxia adequado ao seu animal, que poderá incluir várias soluções de prevenção em simultâneo.

A proteção contra o vetor do parasita (o flebótomo) é feita através de desparasitantes externos (como algumas pipetas e algumas coleiras). A protecção contra o próprio parasita (a Leishmania) é realizada através da vacinação anual do seu animal. 

Existem ainda tratamentos para reforço do sistema imunitário, que podem ser usados quer no animal saudável, quer no animal portador.

Um animal portador de leishmaniose não deve descurar a utilização de desparasitantes externos para proteção do flebótomo, de modo a evitar a disseminação do parasita e a contaminação de outros animais.

Febre da Carraça

A “Febre da Carraça” é uma doença não contagiosa que afeta os glóbulos vermelhos e brancos do cão.

O que causa a Febre da Carraça?

A “Febre da Carraça” é uma infeção aguda provocada por alguns hemoparasitas, microrganismos que se transmitem através da picada de carraças infetadas.

Quais os possíveis sinais de alerta da Febre da Carraça?

Se o seu cão estiver infetado, poderá observar estes sinais:

  • Prostração;

  • Febre;

  • Perda de apetite.

Como é feito o tratamento da Febre da Carraça?

Para tratar a Febre da Carraça, são administrados antiparasitários e/ou antibióticos no cão. O internamento ocorre num estado mais avançado da doença.

Como prevenir a Febre da Carraça?

A melhor forma de prevenção é a utilização de desparasitantes externos que mantenham as carraças afastadas. Existe ainda a possibilidade de vacinar o seu animal contra os hemoparasitas mais perigosos.

Tal como a displasia da anca nos cães, todas estas doenças merecem atenção máxima por parte dos tutores. Evite esperar pelo possível aparecimento de sinais de alerta: marque consultas de rotina de uma forma regular e garanta o correto acompanhamento médico do seu animal de estimação.

 

Na Agrivet, pode contar com uma equipa de especialistas para acompanhar o seu animal de estimação, sendo possível recorrer aos meios de diagnósticos mais recentes e com recurso à tecnologia de ponta.

Poderá optar pelo Hospital Veterinário de Torres Vedras, com atendimento permanente 24 horas por dia, ou pela Unidade de Saúde de Mafra. 

 

A indicação dos sinais de alerta de doenças neste artigo não substitui o diagnóstico feito numa consulta veterinária. A referência dos sinais de alerta tem como intuito a promoção de uma maior sensibilização nos tutores para as doenças em causas, levando que os mesmos procurem os profissionais qualificados para que os diagnósticos precoces sejam uma realidade cada vez maior.

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