Guia de Vacinação do Cão: saiba quando dar as vacinas que podem salvar o seu amigo

A chegada de um novo animal de estimação à família é um momento de enorme felicidade. Mas, acima de tudo, de grande responsabilidade. Desde logo, é necessário ter em atenção alguns cuidados fundamentais para que o animal e a sua família estejam protegidos. A vacinação do seu cão deve ser uma das prioridades. 

Ao vacinar o seu cão, estará a protegê-lo de doenças infeciosas e até mortais, mas também de doenças transmissíveis a outros animais e também aos humanos.

Para que esclareça todas as suas dúvidas sobre a vacinação do seu cão, em especial, no seu primeiro ano de vida, reunimos neste guia o resumo das informações mais importantes. No final da sua leitura, ficará a saber:

• Os diferentes tipos de vacinas;

• As doenças que as vacinas previnem;

• Quando as vacinas devem administradas;

• Os cuidados a ter após a vacinação;

• As vantagens da vacinação ao domicílio.

Há uma série de doenças que podem ser prevenidas através da vacinação do cão. Saiba quais são neste artigo

Conheça os diferentes tipos de vacina para o seu cão

As vacinas para os cães podem ser divididas em três grupos, de acordo com a seguinte tipologia: 

Vacinas obrigatórias 

Estas vacinas, como o próprio nome indica, são as de administração obrigatória.

No nosso país, a única vacina obrigatória é a Vacina para a Raiva. Apesar da doença ter sido erradicada em 1961 e Portugal ser indemne de Raiva, a vacinação continua a ser crucial para a manutenção deste estado. 

Vacinas core 

As vacinas core são as de administração recomendada e que protegem o seu cão contra doenças de elevado risco.

Fazem parte deste lote, as seguintes vacinas: Vacina para a Parvovirose, Vacina para a Esgana, Vacina para a Leptospirose, Vacina para a Hepatite Viral e a Vacina para a Parainfluenza.

Vacinas não core 

As vacinas não core são opcionais, ou seja, a administração depende da exposição do cão a alguma forma de contágio da doença em questão. Exemplo disso é a Vacina para a Leishmaniose.

Apesar desta vacina fazer parte das não core, a sua administração é de extrema importância, uma vez que protege contra uma doença mortal que regista uma forte presença em determinadas regiões do país. 

Compreenda as doenças que previne quando vacina o seu cão

Veja agora as vacinas que devem fazer parte do plano de vacinação do seu cão. Iremos também abordar as doenças que previnem para que compreenda a importância de um programa de imunização eficaz.

Vacina para a Raiva – Antirrábica

O Rabdovírus é o responsável pela transmissão da Raiva, que pode ser propagada a outros animais ou humanos, através da saliva dos animais infetados em contato com feridas.

Um cão com Raiva pode apresentar os seguintes sinais:

• Alterações no comportamento (regra geral, agressividade);

• Afastamento dos tutores;

• Hipersensibilidade à luz;

• Descontrolo muscular.

Trata-se de uma doença incurável e os animais com esta patologia têm de ser isolados da sua família e de outros animais, de forma imediata.

Vacina para a Parvovirose

O vírus que transmite a Parvorvirose é o Parvovírus e pode ser propagado através do contacto com fezes ou outras secreções de animais contaminados ou portadores do vírus. 

Quando contraída, a Parvovirose manifesta-se na maior parte dos casos na sua forma entérica. Esta forma, dá origem a um episódio de gastroenterite muito severo. 

Os sinais de alerta para esta doença são: 

• Perda de apetite;

• Prostração;

• Vómito;

• Diarreia;

• Diarreia hemorrágica.

A Parvovirose apresenta uma maior incidência nos cachorros não vacinados e pode levar à morte. No caso dos cães seniores sem vacina, a doença pode ser muito grave também apesar de não ter mortalidade tão elevada. A vacinação é a única forma de prevenir esta doença.

Vacina para a Esgana

O vírus que transmite a Esgana é o Paramixovírus que se propaga através de fezes, saliva, secreções nasais e oculares e, também, da urina. 

Existem duas formas desta patologia: entérica, com sintomatologia gastrointestinal, e nervosa, com sintomatologia nervosa. 

Um cão com Esgana pode apresentar os seguintes sinais:

• Prostração;

• Perda de apetite;

• Vómitos;

• Diarreia;

• Convulsões;

• Tremores musculares;

• Problemas respiratórios (pneumonia).

É uma doença sem cura que ainda apresenta uma alta taxa de mortalidade nos cães, o que aumenta a importância desta vacina.

Há doenças mortais que podem ser prevenidas com uma simples vacina

Vacina para a Leptospirose

A bactéria que transmite a Leptospirose é a Leptospira e a principal forma de contágio para os cães é através de contato com a urina de roedores portadores da bactéria. É transmitida aos humanos através do contato da urina com as mucosas ou feridas, nos cães a Leptospirose pode causar insuficiência renal e hepática. Esta vacina é muito importante pois a doença é mortal e tem potencial zoonótico.

Um cão com Leptospirose pode apresentar como principais sinais:

• Prostração;

• Vómitos;

• Mucosas amareladas;

• Dores musculares.

Vacina para a Hepatite Viral 

O vírus que causa a Hepatite Viral é o Adenovírus Canino Tipo 1 (CAV-1), que por sua vez, causa a necrose do fígado. É transmitido através das secreções do cão (saliva, muco nasal, urina, sangue e fezes) ou das pulgas e carraças.

Um cão com Hepatite Viral pode apresentar os seguintes sinais:

• Aumento da temperatura;

• Taquicardia;

• Apatia;

• Muita sede;

• Diarreia;

• Vómitos;

• Tosse;

• Mucosas amareladas;

• Hemorragias na mucosa oral;

• Linfonodos aumentados;

• Edema da córnea.

Em casos mais graves, a doença pode afetar o sistema nervoso causando:

• Tremores;

• Desorientação;

• Cegueira;

• Convulsões.

Vacina para a Parainfluenza 

Esta doença é causada pelo vírus da Parainfluenza canino e causa a chamada tosse do canil. É muito contagiosa e transmite-se através de contato com cães infetados, que partilham taças de comida e roupa de cama.

Um cão doente com Parainfluenza apresenta os sinais:

• Tosse seca;

• Febre;

• Muco nasal excessivo;

• Espirros;

• Inflamação ocular;

• Depressão;

• Letargia;

• Perda de apetite.

Vacina para a Leishmaniose

A última vacina de que vamos falar e que faz parte da tipologia não core, é a vacina para a Leishmaniose. Esta doença é causada por um parasita, o Leishmania infantum.

O parasita é transmitido aos cães e aos humanos pela picada de flebótomos, insetos muitas vezes confundidos com mosquitos. Causa com bastante frequência insuficiência renal, podendo ainda causar falência multissistémica.

A Leishmaniose é incurável e o tratamento apenas visa melhorar os sinais clínicos e atrasar progressão de doença.

Existem duas formas da doença: cutânea (mais fácil de identificar pelos tutores) e visceral.

Um cão com Leishmaniose na forma cutânea pode apresentar:

• Feridas que não cicatrizam (no bordo das orelhas, à volta dos olhos e do nariz);

• Unhas com um rápido crescimento;

• Feridas na pele;

• Mau estado do pelo;

• Emagrecimento sem justificação.

Já um cão com Leishmaniose na forma visceral pode apresentar como sinais:

• Emagrecimento;

• Diarreia.

A vacina é administrada com intuito de proteger o seu cão e ainda diminuir o contágio a outros cães já que cães positivos servem de reservatório da doença, permitindo que o flebótomo após picar um cão positivo possa transmitir a outros cães.

Saiba quando devem ser administradas as vacinas do seu cão

As primeiras vacinas do cão devem ser administradas, regra geral, por volta das 4-6 semanas de vida. O plano de vacinação deve ser adaptado ao estilo de vida do animal, à região onde vive, bem como à sua condição de saúde.

Partilhamos consigo um guia base que utilizamos na Agrivet e que segue as exigentes diretrizes da WSAVA (The World Small Animal Veterinary Association).

Veja os cuidados a ter após a Vacinação do seu Cão

A vacinação dos cães assemelha-se à dos humanos, no que diz respeito aos cuidados a ter após a administração. Cada organismo reage de uma forma única às vacinas e a observação após a toma, é importante para dar uma resposta adequada em caso de reações adversas.

Neste sentido, e sobretudo quando se trata da primeira toma, é aconselhável que o cão esteja sob observação durante os 30 minutos seguintes. Na Agrivet, a nossa equipa de profissionais solicita ao tutor que permaneça na clínica durante este período de tempo de forma a garantir o total bem-estar do animal.

Entenda as mais-valias de vacinação ao domicílio

Vacinar o seu cão nem sempre é um processo fácil, quer em termos logísticos, quer emocionais. Por mais amigáveis que sejam os ambientes das unidades de saúde, existe sempre o risco do animal sentir alguma ansiedade.

É neste sentido que a vacinação ao domicílio funciona como uma mais-valia tanto para o animal quanto para o tutor que permanecem no seu local de conforto, minimizando assim possíveis situações de stress.

A vacinação ao domicílio é um dos serviços disponíveis na Agrivet, bem como as consultas ao domicílio, em que a nossa equipa de profissionais vai ao encontro dos tutores e dos animais de estimação.  

Poderá também optar por fazer a vacinação do seu cão na Unidade de Saúde de Mafra ou no Hospital Veterinário de Torres Vedras, onde a urgência funciona 24 horas/dia, todos os dias da semana. 

Além dos serviços de vacinação e desparasitação, tem ainda à sua disposição, outros serviços diferenciados que recorrem às mais recentes tecnologias, como ecografia abdominal, radiografia, ecocardiografia e, ainda, um laboratório de análises clínicas, com entrega rápida de resultados.

A nossa equipa de profissionais é especialista no bem-estar dos animais de estimação e estamos prontos para receber o seu cão nas nossas instalações. Fale connosco e agende uma consulta.

A leitura deste artigo não substitui a consulta com um médico veterinário que poderá aconselhar sobre o Plano de Vacinação mais adequado para o seu cão, tendo em conta a idade, o estilo de vida, bem como a região onde reside, entre outros fatores importantes.